Header Ads

header ad

DEUS ME DIBRE DESSE AMOR [Capítulo #8] – Pênaltis, pipocas e pequis


Num botequim na Vila Madalena, Gelinho se encontra com seu amigo Jeckysson Cleyton para um importante anúncio.

GELINHO: Agora é oficial, Jeckysson Cleyton! Já liguei no terreiro da Mãe Pombinha das Cacimba e marquei uma sessão de descarrego um dia depois do próximo jogo. Ninguém mais vai poder me chamar de "caderno brochura"!  U_U

JECKYSSON CLEYTON: Mas já não era sem tempo, hein! Até pra tomar essa decisão você foi borracha fraca, fala sério!

GELINHO: NÃO ZOA COM A MINHA CARA, SEU IMPRESTÁVEL Ò_ó

JECKYSSON CLEYTON: Chegando na hora do descarrego, não duvido nada você amarelar.

GELINHO: Porra! Mas pra quê que eu preciso de inimigo tendo um amigo como você, hein!?

JECKYSSON CLEYTON: COME EU!? É RUIM, HEIN!!! Come é ninguém, HAHAHAHAHA!!! 

GELINHO: Grande piadista! Cazalbé já vai te contratar... ¬¬'

JECKYSSON CLEYTON: Se era só isso que você tinha pra dizer, pode ir vazando. Tem uma gata na outra mesa ali me dando mole, e você tá me atrapalhando. Xô, xô...

GELINHO: Eu vou mesmo! Vou deixar essa migalha pra você. Porque depois do descarrego da Mãe Pombinha, cê se prepara que eu vou passar o rodo bonito.

JECKYSSON CLEYTON: Vai sim... vai é passar de uma folha pra outra, beleza!? Some daqui, caderno brochura!




Três dias depois...

Fim de treino do time feminino do Calamitoso F.C. As garotas estão exaustas.

TÉCNICA MAURICENE: Ok, meninas... todo mundo pro chuveiro! Menos você, Jadice... você fica.

Jadice fica meio cabreira. Navyleide logo abre um leve sorrisinho safado, e decide ficar ali como quem não quer nada... torce para que Jadice leve uma bronca (o que, afinal, é o mesmo medo de nossa heroína).

JADICE: Algum problema, professora!?

TÉCNICA MAURICENE: Não, Jadice. Se quer saber, você foi muito bem no treino hoje! Me surpreendeu.

JADICE: Sério!? =)

TÉCNICA MAURICENE: Ué... sim. Na verdade, tenho te visto melhorar legal nos últimos dias. Você, por acaso... sei lá... tá fazendo algum tipo de treinamento especial lá fora!?

JADICE: Bom...

TÉCNICA MAURICENE: Não tem problema se fizer não, Jadice. O importante é perder a perebice...

JADICE (já toda felizona): A gente faz o que pode né, técnica Mauricene... ^_^ 

Navyleide já começa a olhar com sangue nos olhos.

TÉCNICA MAURICENE: Bom... se você não quer contar, tudo bem. Mas já adianto que está dando certo. Por mim, você continua o que estiver fazendo, seja lá o que for. Só não vai subir pra cabeça isso que eu disse agora e relaxar no treinamento de amanhã, certo!?

JADICE: Como a senhora quiser ^_^ 

Jadice sai dali rebolativa de contente, passa por Navyleide sem dar muita bola. Na verdade, até gostou que sua rival tenha ficado ali para ouvir o diagnóstico da treinadora.

NAVYLEIDE (falando sozinha): Aaahhh, aí tem! Ah, se tem... seja qual for a maracutaia da Jadice, eu juro que irei descobrir! Ou eu não me chamo Navyleide... MUHUAHUAHUAHUAHUAHUA (risos maléficos).

Não longe dali, no restaurante Cantinho Digoreste...

Seu Reno finalmente consegue levar Dona Sangra à Vila Calamidade para comer no restaurante de seu amigo, Teozin do Coxipó. A dondoca leva consigo sua serviçal, Fivelly, que carrega sua bolsa.

SEU RENO: Eu pensei que você fosse reclamar mais de vir até aqui. Estou surpreso que você ainda não tenha dado um faniquito.

DONA SANGRA: Ora, Reno! Que tipo de pessoa você pensa que eu sou!? E além do mais, eu estou treinando para quando a gente for fazer safári na África. Ouvi dizer que milionários suíços adoram esses programas pitorescos. Quando fizermos amizade com alguns deles, também teremos que encarar uns muquifos, muriçocas, animais pestilentos e gente fedorenta. Só estou me acostumando.

SEU RENO: Você não tem jeito mesmo... ¬¬'

Teozin do Coxipó vê seu amigo chegando...

TEOZIN DO COXIPÓ: Canháim! Mas que aligria demásh de grande de ver meu amigo Reno!

SEU RENO: Ê, Teozinho! Hoje eu mato saudade daquela mujica de pintado, daquela farofa de banana...

DONA SANGRA (tendo um siricotico): AI, QUE NOJO!!!

TEOZIN DO COXIPÓ: Precisa ficá enodjada não, Dona Sangue! Nossa comida é feita tcheia de amor e de hidgiene! Nós nunca fumo fetchado pela vigilância sanitária!

DONA SANGRA: Meu nome é SANGRA, não é SANGUE!!! Ai, já me arrependi, Reno. Vamos embora daqui!

SEU RENO: De jeito nenhum! Agora que eu já senti o cheiro do pequi, só saio daqui de barriga bem cheia!

DONA SANGRA: Ai, não... aquela bolotinha amarela de gosto enjoado e cheiro de podridão!? Ai, socorro... EU TENHO HORRRROOOOR A PEQUI!!! AaaAAaai, que eu vou ter uma síncope no chão dessa espelunca!

SEU RENO (entredentes): Desce do palco, Sangra!

TEOZIN DO COXIPÓ: E essa moça demásh de formosa que tá coloiada cocêsh? [Teozin vai se aproximando de Fivelly, e beija-lhe a mão] É alguma fia que cêsh se esqueceram de me apresentar?

DONA SANGRA: Ora, mas que acinte! Imagina se eu e o Reno seríamos pais de uma mulher tão velha, surrada e de traços físicos tão desarmoniosos! U_U

TEOZIN DO COXIPÓ: Ma eu só tô veno uma moça demásh de formosa!

FIVELLY (encabulada): Hihihi... imagina, moço!

SEU RENO: Essa é a Fivelly, seu Teozinho. É a assistente lá de casa...

DONA SANGRA (interrompendo): Assistente não, Reno! É SERVIÇAL!!! U_U

SEU RENO: Menos, Sangra! Cahammm... então, o senhor já deve ter visto ela antes. Ela já trabalha pra gente há um tempinho...

TEOZIN DO COXIPÓ: Deve de ser porque eu num tinha vishto ela sem a farda de empregada. Hoje ela tá bem valorizada de cabelo solto...

DONA SANGRA (com raiva): Eu falei, Reno! Essa serviçal tem que servir a gente é de uniforme, não interessa se dentro e fora de casa. Você foi querer inovar...

SEU RENO: Deixa, Sangra... seu Teozinho só está sendo gentil com a Fivelly. E eu concordo com ele. A Fivelly fica muito bem sem uniforme...

FIVELLY: Ai, gente... brigada! Vocês são muito gentis ^_^

DONA SANGRA: MAS ISSO É O CÚMULO DA CACHORRADA!!! Já não basta a gente vir nesse antro muquifoso comer comida pitoresca, vocês ainda vêm com essa patuscada de elogiar a vassala!!! E ainda ESSE CHEIRO DE PEQUI IMPREGNANDO NA MINHA ECHARPE DINAMARQUESA!!! Ahhh, EU VOU TER UM INFAAARTOOOOO!!!!!  (⊙.☉)7

SEU RENO: VAI!!! VAI TER UM INFARTO!!! Mas antes, senta nessa mesa e enche a boca de comida antes de falar a próxima barbaridade! Ò_ó

Sangra e Fivelly vão se sentando. Seu Reno se senta logo depois.

TEOZIN DO COXIPÓ: Eu tô tão contente com vocêsh no meu reshtorante, que o almoço docêsh vai ser ó... de djápa! Num vai precisar pagar nada!

SEU RENO (encabulado): Imagina, seu Teozinho. A gente faz questão de pagar...

DONA SANGRA: Eu mesma, já tô pagando... PAGANDO TODOS OS MEUS PECADOS!!! Aff.... ¬¬'

SEU RENO: Sangra! ¬¬'

DONA SANGRA (baixinho): Ah, se arrependimento matasse... 

Não longe dali, na pracinha da Vila Calamidade...

Jadice caminha sorridente, comendo um saco de pipocas, quando dá de cara com Gelinho. Ela vai passando direto, mas ele a interpela.

GELINHO: Ué, Jadice... não vai me falar nem "oi"!?

JADICE: Ué, você me conhece!?

GELINHO: Que exagero! Uma coisa é o que eu penso de você jogando futebol. Outra bem diferente é a vida aqui fora. Você não sabe separar as coisas, não!?

JADICE: Não, não sei. Se isso for motivo pra você se afastar de mim, fique à vontade.

Gelinho, pelo contrário, chega bem perto de Jadice.

GELINHO: Na adolescência as coisas eram bem diferentes, não é!? E eram bem melhores, inclusive... quantas vezes a gente passou a tarde inteira se xingando pra se beijar no pôr-do-sol, hein!?

JADICE: Pois é. Tô com a boca cheia de pipoca e queijo. Não vai rolar... 

Jadice ignora Gelinho e continua o caminho. Mas Gelinho a segura pelo braço e se reaproxima.

GELINHO: Não tem problema, eu gosto de pipoca!

Gelinho rouba um beijo pipoquento de Jadice. Ela fica surpresa, rejeita, depois começa a gostar e, depois de alguns segundos, rejeita de novo. Dá um tabefão na cara de Gelinho.

JADICE: COMO OUSA FAZER ISSO, SEU ESTRUPÍCIO!!! ヽ༼ ಠ益ಠ ༽ノ

GELINHO: A gente precisa deixar pra lá esse clima de guerra. Você sabe bem que, no fundo, no fundo... A GENTE SE AMA!!!

JADICE: DEUS ME DIBRE DESSE SEU AMOR, Gelinho!! DEUS ME DIBRE!!! Se algum dia já houve alguma coisa entre nós e se acabou, A CULPA É SUA. Agora, suma para sempre e forevermente da minha vida!!! Se tentar alguma outra coisa, eu chamo a polícia!!! U_U

Com o berreiro de Jadice, algumas pessoas começam a se juntar ali. Para evitar algo pior, Gelinho decide não seguir mais Jadice, que continua caminhando.

De volta ao restaurante Cantinho Digoreste...

Pratos servidos, Teozin do Coxipó fica ao lado da mesa. Reno e Fivelly sorriem e salivam enquando olham seus pratos cheios.

FIVELLY: HUmmmm... parece delicioso!

SEU RENO: É sim, Fivelly! Você vai amar! Hummmm... esse arroz de pequi está divino!

Dona Sangra olha para o prato e começa a sentir ânsia.

DONA SANGRA (falando baixinho): Reno... Reno... eu não vou conseguir.

SEU RENO (também baixinho): Agora não, Sangra!

DONA SANGRA: Reno, se eu colocar essa comida na boca eu vou acabar vomitando, e o vexame vai ser maior. Não vai ter jeito. Eu não posso mais ficar aqui.

Seu Reno fica vermelho de raiva, mas decide entrar no jogo de sua esposa, ainda que parcialmente.

SEU RENO: Tá bom, então... toma aqui esse meu cartão de crédito e pode comer à vontade no restaurante francês. Mas eu só tô liberando pro restaurante, viu!? Nada de bolsa nova! E o meu almoço vai ser aqui, não vou mudar por sua causa!

DONA SANGRA: AI, RENINHO!!! OBRIGADA!!! Você é o melhor marido do mundo *_*

SEU RENO: Vai logo antes que eu me arrependa...

DONA SANGRA: Vamos, Fivelly! A serviçal precisa acompanhar sua senhora onde quer que ela vá! U_U

FIVELLY: Mas, Dona Sangra... acabei de começar a comer... ='(

DONA SANGRA: Ora, veja se isso lá são horas de revolta do proletariado!!!

TEOZIN DO COXIPÓ: Fica djêlo, moça! Vô fazer uma quentinha procê levar pra casa e se refeshtelá por lá.

DONA SANGRA: DE JEITO NENHUM! Onde já se viu minha empregada pra cima e pra baixo com uma quentinha de comida cuiabana com esse cheiro azedo de pequi!

SEU RENO: Ou ela leva a quentinha pra comer ou ela fica, Sangra! Eu proíbo você de impedir a Fivelly de comer o que ela quer! U_U

DONA SANGRA (vencida): Ai, que ódjjjjio!!!

FIVELLY: Gente, brigadinha! Obrigada, Seu Reno. Obrigada, seu Teozin!

TEOZIN DO COXIPÓ: Dishponha!!! =)

Dona Sangra sai bufando, acompanhada de Fivelly, que sorri alegremente. 

Algumas horas depois, no finzinho da noite...

Jadice termina mais uma madrugada de treinamento com peleja, que está contente com os resultados.

PELEJA: Você teve uma evolução muito grande na cobrança de pênalti, tá entendendo!?

JADICE: Puxa vida, Dona Peleja! Que bom ouvir isso da senhora!

PELEJA: Amanhã eu vou te ensinar a sentir o campo de futebol como se fosse um organismo, um ser pensante...

JADICE (em pensamento): Affff... que papo de bêbada!
JADICE (falando): Nossa, Dona Peleja! Parece interessante. Nunca tinha pensado por esse lado!

PELEJA: É um conhecimento muito importante, tá entendendo!?

JADICE: Legal... agora, olha só... minha treinadora, Mauricene, perguntou se eu estou fazendo algum treinamento por fora.

PELEJA: E você não falou de mim não, né!?

JADICE: Errr... claro que não!

PELEJA: Nem é pra falar. Fica só entre a gente, por enquanto.

JADICE: Está bem.

Jadice se despede de Peleja e deixa o cantinho escuro do estádio em que se encontra escondida com a grande jogadora. Após caminhar um pouquinho, acaba por ter uma surpresa desagradável. Vê, diante dela, a sua rival, Navyleide.

NAVYLEIDE: Ora, ora... voltando do treino, Jadice!?

JADICE: Não lhe devo satisfações U_U

NAVYLEIDE: Não deve mesmo. MASSSSS... pela sua reação, deve estar fazendo algo bem escondido, não é verdade!?

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

E agora!? Como Jadice se livrará da mira implacável de Navyleide? E Gelinho, o que quer da vida!? Será que Dona Sangra continuará importunando tanto a doce e disponível Fivelly!? Não perca o próximo e surpreendente capítulo de DEUS ME DIBRE DESSE AMOR.

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.